
Gestão de pessoas, o desafio só aumenta?


Tornei-me gestora de pessoas aos 30 anos de idade. Por mais de 20 anos liderei times médios e grandes. O maior deles foi há cerca de 10 anos, numa gestão direta de 18 líderes (superintendentes, gerentes e consultores) e indireta com mais de 3500 pessoas, em turnos 24h, sete dias por semana.
Ao longo da carreira, administrei várias situações adversas e até mesmo crises, desde a paralisação completa dos sistemas integrados da organização, processos em looping na automação, pioneirismo em novas ferramentas como a construção de chatbots. Enchentes catastróficas e de greves das mais diversas naturezas. Busquei tratar cada um dos problemas antes que se tornassem um conflito severo.
Na gestão de pessoas vivi muitas alegrias e boas surpresas, desde o desenho da cultura, passando pela diversidade até a execução do planejamento estratégico. Nas adversidades manejei golpes, falcatruas e inverdades, de todas as espécies possíveis e imagináveis. Sim, o ser humano continua criativo. Muito criativo.
Atualmente como mentora e consultora organizacional, além de ver similaridades tudo que vivi como gestora, tenho percebido novos ingredientes: severidade no hábito de procrastinar, lideranças tóxicas, problemas de saúde mental e a dificuldade em administrar o ambiente presencial, virtual ou híbrido.
Em termos de ambiente de trabalho, parece que nenhuma das soluções é capaz de atender a necessidade de todos. E como ficam os gestores de equipes no meio disso tudo?
O termo liderança tem muitas faces e denominações. Uma tradicional revela que líder é aquele que vem à frente, quem enxerga primeiramente as dificuldades, as possibilidades, não procrastina e estimula a equipe a desenvolver a estratégia, desdobrar a execução e atuar com prontidão na solução de problemas.
Respondendo a provocação que dá origem a esse artigo, eu tendo de acreditar que sim, está mais complexo gerir pessoas e vejo cada vez menos profissionais estão dispostos a exercer esse papel. A complexidade tem aumentado, talvez porque o mundo nos oferece, cada vez mais, possibilidades. Diversidade e oportunidades “sem fim” é uma das causas da angústia humana. Temos que fazer escolhas difíceis.
Com isso, se tornar gestor de pessoas exige cada vez mais de nós: maior autoconhecimento, novas formas de autodesenvolvimento, permissão para incluir uma dose de intuição são caminhos para lá de necessários.
Ao fazer tudo isso, lidamos com a expectativa de obter uma visão mais abrangente, estratégia, sistêmica e inclusiva, tanto na gestão de pessoas quanto no obtenção de melhores resultados para os negócios. E claro, tudo isso com profissionalismo e uma pitada de empatia genuína.
Afinal, como repeti tantas vezes na carreira profissional, no final do dia, tudo é humano.
Se você quer falar mais sobre a gestão de pessoas e seus desafios, entre em contato conosco.

